quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um fim de semana com muita emoção e samba

No último fim de semana eu tive o prazer, ou melhor , a emoção e o deleite de ver um espetáculo de teatro que não via  a muito tempo. Não foi uma comédia, nem um musical muito menos  essa coisa da moda chamada stand-up comedy, foi  O Palácio do Fim , peça de  Judith Thompson, com tradução de João Gabriel Carneiro e que se  baseia em relatos verdadeiros. O drama conta três histórias reais vivenciadas por pessoas no Iraque que, mesmo em lados opostos do conflito, são transformados e conectados pela barbárie. Camila Morgado vive a oficial do exército americano Lynndie England, acusada pela corte marcial de abuso dos prisioneiros iraquianos no cárcere de Abu Ghraib. Vera Holtz dá voz a uma mãe iraquiana que sacrifica sua gravidez e dois filhos para defender o paradeiro do marido, líder do Partido Comunista iraquiano. Antônio Petrin está na pele do inspetor de armas britânico David Kelly, que relatou à BBC que não havia armas de destruição em massa no Iraque
 Com a direção de José Wilquer,  Antonio Petrim, Vera Holtz e Camila Morgado, três gerações de atores, se  reúnem no palco e, com suas interpretações  emocionais e viscerais,  de  personagens e  acontecimentos  contemporâneos, conseguem  arrancar suspiros, lágrimas, asco e algumas risadas nervosas dá platéia. Assim este  espetáculo cumpre  o verdadeiro papel do teatro, que é  revirar nossas almas, nos fazer pensar e nos emocionar.
O Diretor Jose Wilker, não programa da peça, faz uma  citação (que reproduzo abaixo) do livro “o Mundo em Desajuste” de Amim Maalouf  que segundo o diretor  “o desencanto e a esperança do autor são parentes bem próximos dos  sentimentos que Judith Thompson  faz explodir em seu  Palácio Do Fim
“Entramos no novo século sem bússola. Desde os primeiros meses, acontecimentos preocupantes nos levaram a crer que o mundo passa por um desajuste maior, e isso em várias áreas ao mesmo tempo – desastre intelectual, desajuste financeiro, desajuste climático, desajuste geopolítico, desajuste étnico. É bem verdade que assistimos também, de vez em quando, a reviravoltas saudáveis inesperadas e começamos a acreditar que os homens, ao se verem num impasse, vão necessariamente encontrar os meios certos para escapar, como por milagre. Mas rapidamente vêm novas turbulências, revelando motivações humanas muito diversas, mais obscuras, mais familiares, e voltamos a nos perguntar se nossa espécie, por assim dizer, não atingiu o limiar da sua incompetência moral, se continua a avançar ou se não deu início a um movimento de regressão que ameaça recolocar em questão aquilo que tantas e sucessivas gerações se esforçaram por construir”.





Mas o fim de semana não foi só emoção, foi também de  samba e alegria.

No sábado, dia 26, eu fui no “O Boteco a Festa”. Esta foi à segunda edição desta festa. O evento aconteceu  no Espaço Cultural Gabinete e com muita descontração, num clima de boteco, o samba foi comandado pela homenageada da noite a Cantora Ana Costa, que com sua linda voz, seu remelexo, simpatia e convidados fez a galera dançar noite inteira. Além da cantora também tiveram por lá, interpretados por atores e dançarinas, as cabrochas, Madame Satã e Maria com a lata d’água na cabeça. Esta festa realmente e a cara da Lapa


Foto: Caterine Vilardo
Ana costa e eu - O Boteco a Festa


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