CULTURA



Esta coluna esta de luto, pois morreu um dos grandes atores do teatro brasileiro: Sergio  Britto. Uma estrela que sobe para céu,  levando seu brilho mas deixando seu exemplo e contribuição para a cultura nacional. Sergio e de uma geração de atores única e que jamais existira outra igual. Um  geração, que antes da fama e do dinheiro, queria  atuar, estar no palco, que para eles é  um solo sagrado.
Sergio e seus contemporâneos, com Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Natalia Timberg, Monah Delacy e outros, respiravam, comiam, estudavam e eram, ou melhor, são o próprio teatro. 
Fica aqui, o meu respeito admiração este grande ator, Sergio Brito


Sergio Britto: uma vida de amor ao teatro
Artur Xexéo



A última aparição de Sergio Britto num palco mostra como ele manteve por toda a vida sua paixão pelo teatro. Aos 87 anos, ele poderia estar em cena com o projeto que quisesse. Um Moliere, um Shakespeare, qualquer clássico brasileiro... Mas Sergio Britto quis montar "Recordar é viver", uma comédia de costumes de um autor iniciante, Hélio Sussekind. Não era um peça que se esperasse de Sergio Britto àquela altura da carreira. Sergio vinha de um dos maiores sucessos do ano anterior, "A última gravação de Krapp" e "Ato sem palavras 1". Nas duas minipeças de Beckett, unidas num só espetáculo, ele ficava sozinho em cena e sem dizer uma palavra durante 60 minutos. Ganhou todos os prêmios da temporada. Vinha também de um projeto frustrado com a amiga e antiga companheira de cena Fernanda Montenegro. Ele seria Jean Paul Sartre; ela, Simone de Beauvoir ("Fernanda não estava preocupada com a dramaturgia", justificava ele, quando lhe perguntavam porque o reencontro não deu certo). Em "Recordar é viver", o ator não era nem mesmo o protagonista. destaque a que estava acostumado. Mas ele não perdia o entusiasmo. Estava feliz apenas por ter a oportunidade de revelar um novo autor. Coisa de gente que ama o teatro.
Qual é a lembrança que vai ficar de Sergio Britto? O galã do lendário TBC? A mola propulsora do "Grande Teatro Tupi", o programa de televisão que manteve por dez anos ao lado de Fernanda Montenegro, Italo Rossi, Nathalia Timberg e todo uma turma que fez uma geração conhecer os grandes clássicos do teatro mundial? O inquieto artista do Teatro dos Sete? O dono do Teatro dos 4 que fez o melhor teatro do Rio por mais de uma década? O produtor, diretor e ator que ocupou o Teatro Delfin durante um tempo com espetáculos musicais meio mambembes? O público vai sentir falta de Sergio Britto. Mas o teatro vai sentir muito mais.
Sergio foi um ator raro. Ele não gostava só de fazer teatro. Ele gostava de ver teatro. Ultimamente, suas precárias condições físicas dificultavam essa atividade. Ele não podia mais fazer viagens longas, por exemplo. Substituiu, então, as idas ao teatro em Londres ou Nova York, por "viagens teatrais" a Buenos Aires. E voltava tão empolgado com as peças argentinas quanto com as que via no West End ou na Broadway. Mas, de uns anos para cá, até Buenos Aires teve que ser descartada. Ao teatro no Rio, porém, ele nunca deixou de ir. Só exigia ingressos nas primeiras filas. Sergio Britto já não estava enxergando direito. Tinha dificuldades em reconhecer até velhos amigos.
Eu mesmo presenciei um encontro dele com Ney Latorraca, no saguão do Teatro Ginástico, quando foi assistir a mais um autor estreante. Após um simpático diálogo com o outro ator, ele admitiu não fazer ideia de com quem estava falando.
_ Era o Ney Latorraca, Sergio _ disse-lhe Chica, a fiel escudeira, espécie de enfermeira de plantão que o acompanhava quando ele saía de casa.
Ele ficou furioso.
_ E por que você não me disse? Eu já te expliquei, você tem que me dar uma dica de quem está falando comigo. E eu gosto tanto do Latorraca...
O teatro era sempre o assunto nas ligações telefônicas que ele fazia aos amigos.
_ Quais foram as peças que você viu esta semana? _ era a pergunta que, invariavelmente, iniciava a conversa.
O amigo, envergonhado, às vezes admitia que não tinha assistido a nada.
E Sergio, surpreso com a displicência do interlocutor, desfiava os três espetáculos que tinha ido conferir nos últimos dias. Ele via tudo. Da peça alternativa no porão da Laura Alvim ao teatrão nas salas do Leblon. E tinha sempre uma crítica peculiar para cada espetáculo. Era um crítico implacável. Mas amoroso.
Já debilitado fisicamente, enfrentou uma excursão a várias cidades brasileiras levando o Beckett premiado ao circuito Sesc de teatros. E a respiração ofegante, a visão prejudicada, as dificuldades de memória, as constantes internações em hospitais não impediam que ele fizesse planos para em 2012 montar um Tchecov. Se ainda existia vida em Sergio Britto, tinha que haver também teatro. O público perdeu um grande ator. Mas o teatro perdeu o maior de seus apaixonados
Publicado no Blog do Xexéo: (Oglobo.com)









Uma Gal bem diferente e seu canto
Em novo trabalho a cantora é instrumento para idéias de Caetano Veloso
por Beto Feitosa - Ziriguidum.com


Gal Costa está de volta. Seis anos depois do último álbum de carreira, a voz da cantora aparece com nova roupa - pro samba que Caetano convidou - em Recanto. O álbum, lançado pela Universal Music, tem composições de Caetano Veloso e produção dividida entre ele e seu filho Moreno.
Nos últimos anos Gal fez aparições esporádicas nos palcos com um belo show acústico, de cara limpa com uma voz e um violão. Agora a história dá uma guinada e Gal aparece entre jovens músicos em seus laboratórios com máquinas de sons e ruídos. Entre sintetizadores, programações e baterias eletrônicas aparece a voz de Gal Costa, conhecida e querida de um público que andava ansioso consumindo notícias sobre o esperado trabalho.
Mas nesse Recanto Gal Costa é instrumento nas mãos de Caetano e Moreno Veloso, e o disco tem o clima dos mais recentes álbuns do compositor com a assinatura sonora da voz de Gal. O resultado quer ser moderno, mas não tanto quando o álbum tropicalista lançado por ela em 1969. É ousado, mas nem tanto quanto o histórico registro ao vivo Gal a todo vapor, de 1971. Naquela época Gal Costa não precisava intervenções eletrônicas e estética cosmopolita para revolucionar. E hoje não revoluciona música nem comportamento, mas dá um passo ousado e inédito em sua carreira. Ela se entrega ao produtor com confiança.
Entre experiências estéticas aparecem boas canções. E Gal está mais próxima de Gal em Autotune autoerótico, com voz grave e letra que afina a bandeira desse trabalho: "Não, o autotune não basta para fazer o canto andar / Pelos caminhos que levam à grande beleza". Esses versos poderiam - para o bem e para o mal - estampar a capa do disco. O recurso do autotune - software utilizado para encontrar uma afinação tão perfeita quanto irreal - é utilizada de maneira inteligente processando explicitamente o vocal de Gal em busca de novos timbres. Na contra-mão da eletrônica está Segunda, que fecha o disco acompanhada por violão, cello, prato e faca pilotados por Moreno.
É um campo de experimentos. O álbum tem clima um clima sombrio desde a primeira faixa, Recanto escuro, que mistura ruídos por Kassin e comentários do violão de 7 cordas de Luis Filipe de Lima. Abre espaço para a boa Cara do mundo que avisa: "Cara do mundo, vim te reconhecer". O discurso social de Caetano aparece em Neguinho: "Neguinho compra 3 TVs de plasma, um carro GPS e acha que é feliz". Se em Sexo e dinheiro Gal canta acompanhada apenas por programações e sintetizadores de Kassin, em Mansidão o músico se junta ao violoncelo de Jaques Morelenbaum e ao piano de Daniel Jobim.
Para quem passou as últimas décadas cobrando algo de realmente novo da cantora, aqui está. Recanto é um saudável passo de risco. Obra plástica que renova a história de Gal, mas que para o público da cantora pode soar menos atraente do que o anterior, Hoje lançado pela Trama em 2005 com bom repertório inédito. Nesse novo trabalho - que certamente vai causar um choque a quem procura a voz límpida de Gal - essa moça está bem diferente






















Quem não se lembra da voz de um jingle gravado para uma grande loja de departamentos onde uma voz rouca e sensual interpreta a musica “Califórnia Dreaming“? Pois a dona desta voz, a cantora  e atriz Rosa Maria Colin (a Zilá da novela Fina Estampa),  fez uma bela releitura da Música Giz, do Legião Urbana e esta música estará no novo CD, que esta sendo preparado pela cantora.
Se você quiser conhecer mais sobre esta grande artista visite o seu site: 





Já que estamos falando de música, os amantes da boa música não podem deixar de ouvir o CD “Interior”, da cantora Marianna  Leporace.


Ouça Músicas deste CD no www.myspace.com/mariannaleporace