NOTÍCIAS




Não dou a mínima para o ‘espírito de Natal’
Matheus Pichonelli Colunista da Carta Capital

Nada contra os bons sentimentos. Tudo contra os clichês.

Época de fim de ano, o que mais se vê, além dos jingles sobre um novo dia de um novo tempo que começou, é gente descendo a ripa nos supostos coveiros do espírito natalino.

A malhação do Judas é no sábado de Aleluia, mas tem no Natal uma prévia ainda mais sangrenta. Nessa época, pouca gente apanha tanto quanto os comerciantes, justamente os únicos que não terão descanso na reta final do ano que se encerra.

Os coitados ficam lá, abrem as portas logo cedo, seguem firmes até as 22h, com sorriso no rosto (ai se não sorrir), ouvem reclamação de empregados, fixos ou temporários, andam pra cima e pra baixo pra trazer o sapato que sirva na madame, o brinquedo ao gosto do pentelho, o hot dog do tiozão cheio de sacolas e que não aguenta mais esperar na fila.

Tudo pra quê?
Para se tornarem réus, às vésperas do dia de 25 de dezembro, da acusação de assassinato dos bons costumes, os tempos em que ajoelhávamos no milho pra rezar para que nossa economia fosse sempre primária, para que a gente jamais se contaminasse com os imperativos comerciais, e para que nossas crianças não caíssem na tentação das bebidas, do ócio, dos cigarros e da TV Globinho.

Pois a certa altura da vida posso dizer sem certa vergonha: não dou a mínima para o espírito de Natal. Ou melhor: não dou a mínima para quem vem me falar, a essa altura do campeonato, sobre espírito de Natal.

Por um motivo simples. Tivemos o ano inteiro para sermos minimamente decentes com o colega do trabalho, com os amigos, com o cobrador do ônibus, com o rapaz do estacionamento, com o andarilho que nos pede dinheiro e piedade à porta de casa.
E, órfãos de algum espírito superior que nos rondaria em maio ou junho, chutamos todo mundo. Família? Fala sério. Ficamos o tempo todo batendo boca com a esposa que teima em aparecer na festa da irmã da cunhada, de quem a gente foge feito o diabo da cruz.

Mas chega o Natal e tudo é compensado pelo churrascão de fim de ano, quando todo mundo se abraça, diz que se ama e confere o relógio para saber quando é que as visitas vão embora.
E se as coisas não saem do jeito que imaginamos quando assistimos “Esqueceram de Mim” ou à versão da Disney do “Um Conto de Natal”, a culpa é do libanês dono da loja de brinquedos, que ralou o ano inteiro, se endividou, tomou balão dos fornecedores e só agora vai ver o filé mignon, com o aumento do movimento provocado pelo tão malfadado imperativo comercial – e que será a locomotiva da indústria de bens de consumo, que afinal faz a grana girar, cria empregos, etc.

O sujeito que agora pragueja contra “essa festa pagã e comercial” talvez tenha esquecido do quanto esperou por aquele bonequinho dos Comandos em Ação quanto tinha nove anos, naquele inesquecível Natal de 1991 – quando fechou a cara com a avó por ter ganho uma mera  cuequinha cinza da Lupo.

(Criança, mais que ninguém, sabe quando alguém a visita com um presente em mãos dizendo que ela foi lembrada, ao mesmo naquela data. É assim desde que o mundo é mundo, e a culpa não é da hipnose provocada quando a Xuxa vai à tevê vender bonecas.)
Se lembrasse de tudo isso, o sujeito saudoso do espírito natalino – natimorto desde que o menino Jesus saiu carregado da manjedoura – agradeceria antes ao espírito das compras do que ao velho ascetismo cristão por ter um emprego e ver a economia crescer de um tempo pra cá.

Seria um favor à contenção da hipocrisia e dos clichês, pragas bem mais irritantes do que o estresse das compras de fim de ano.





Dilma se encontra com Lula e lhe dá presente de Natal

Presidenta entrega boneco enviado por catadores de materiais recicláveis. Encontro não estava na agenda da Presidência
A presidenta Dilma Rousseff se encontrou em São Paulo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se submete a um tratamento contra um câncer na laringe.
Dilma entregou a Lula um presente dos catadores de materiais recicláveis, segundo foto divulgada pelo Instituto Cidadania, idealizado pelo ex-presidente. O encontro não constava na agenda de Dilma.
Lula enviou uma mensagem de Natal, publicada no site do instituto na Internet, na qual agradeceu o apoio recebido durante seu tratamento contra a doença.
"Quero agradecer de coração todo o carinho que recebi em 2011. A solidariedade de tantos amigos do Brasil e de outros países tem me ajudado muito durante o meu tratamento", escreveu o ex-presidente









Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr.
Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste mês chegou  às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.

A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir, dada para revista  Carta Capital, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?
Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.
CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?
ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.
CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?
ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).
CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?
ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.
CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?
ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.
CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?
ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.
CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?
ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.
CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?
ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.
CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.

ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.






Senado aprova novo Código Florestal

Iara LemosDo G1, em Brasília

Depois de mais de seis horas de discussão, o plenário do Senado aprovou, por 59 votos contra 7, o texto-base do projeto do novo Código Florestal. O texto analisado em plenário foi o finalizado pelo relator Jorge Viana (PT-AC), e já havia sido aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado no final de novembro. Na comissão de Constituição e Justiça, o relator foi o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
A votação foi concluída por volta das 23h10, após a análise de emendas (mudanças) ao texto-base. Do total apresentado, 26 foram acatadas e 56 rejeitadas. O texto agora seguirá para a Câmara, onde precisará ser apreciado novamente, uma vez que recebeu mudanças no Senado. Depois, o texto será encaminhado para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff.
Uma das emendas acatadas determina que a área de conservação obrigatória em estados com mais de 65% das suas áreas em reservas ambientais, poderão reduzir a reserva para 50%, como já previa o projeto, desde que tenha aprovação do Conselho Nacional do Meio Ambiente e dos estados.
A outra emenda determina que os poderes executivos poderão, com a autorização dos comitês regionais de meio ambiente, aumentar o percentual das áreas de preservação permanentes em casos de bacias hidrográficas consideradas em situação crítica.
A última emenda considerada mais relevante se refere aos manguezais. Mesmo sendo considerados como área de preservação permanente, a emenda permite atividades na área, sendo limitada em 10% da Amazônia Legal e 35% nos demais biomas.
Ao defender a proposta em plenário, Viana agradeceu o empenho dos parlamentares para a votação da matéria.
"Se não fosse a contribuição de cada senador e senadora, certamente, este posicionamento suprapartidário que estamos tendo aqui hoje não estaria acontecendo [...] Hoje o Senado pode estar ajudando o Brasil a virar uma página importante.", disse Viana.

Mudanças no texto
Em maio, a base aliada na Câmara contrariou o governo e aprovou o Código Florestal com três pontos que o governo discordava: anistia a pequenos produtores que tenham desmatado áreas de reserva legal (mata nativa); a possibilidade de estados e municípios estipularem regras para produção em áreas de preservação permanente (APPs); e a manutenção de atividades consolidadas em APPs, como o cultivo de maçã e plantio de café.
O texto foi para apreciação do Senado, e passou pelas comissões de Constituição e Justiça e Meio Ambiente, antes de ser votado em plenário. O texto-base aprovado modifica pontos do texto que desagradavam aos ruralistas, tais como a conversão de multa apenas para pequenos agricultores e donos de terras com até quatro módulos fiscais autuados por desmatamento até julho de 2008. Com a nova redação, os benefícios passam a valer para grandes propriedades rurais que desmataram sem autorização ou licenciamento até julho de 2008.
O texto-base aprovado também traz ajustes no ponto que trata da recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) - locais como margens de rios, topos de morros e encostas, considerados frágeis, que devem ter a vegetação original protegida.

Jorge Viana, que relatou o projeto, manteve o texto aprovado pela Câmara que determina a obrigação de recompor margens de rios em pelo menos 15 metros de mata ciliar para rios até 10 metros de largura, porém, estabeleceu que a obrigação, para propriedades com até quatro módulos fiscais, não poderá exceder 20% da área da propriedade.
Com a modificação, fica assegurada a todas as propriedades rurais a manutenção de atividades em margens de rios consolidadas até 2008. Para propriedades maiores que quatro módulos fiscais com áreas consolidadas nas margens de rios, os conselhos estaduais de meio ambiente estabelecerão as dimensões mínimas obrigatórias de matas ciliares, também respeitando o limite correspondente à metade da largura do rio, observando o mínimo de 30 metros e máximo de 100 metros.
Manifestação
Antes do começo da discussão em plenário, que durou mais de seis horas, manifestantes foram impedidos de entrar no Senado pela Polícia Legislativa da Casa. As portas da Chapelaria do Congresso foram fechadas, e um grupo de cerca de 40 manifestantes vestidos de palhaços tentaram impedir o trânsito de veículos no local.
As senadoras Kátia Abreu (PSD-TO) e Marinor Brito(PSOL-PA) pediram em plenário que as galerias fossem abertas para os manifestantes que acompanhavam a votação da proposta do lado de fora da Casa. A proposta das parlamentares não foi aceita.
Adicionar legenda

 Com saída do tráfico da Rocinha, cai venda de bebidas e voltam brigas de bar

Consumidores de fora da favela atraídos por droga deixam de ir e moradores evitam as ruas. “Leis” dos criminosos impediam rixas

Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro |



ocupação da Rocinha pela polícia fez despencar o comércio local em bares e restaurantes, que antes se beneficiavam do intenso movimento de visitantes à favela – parte deles em busca de drogas. Também há relatos de aumento das brigas de bar, antes praticamente inexistentes, porque proibidas pela “lei” do tráfico.

Os comerciantes celebram a ocupação, mas experimentam um efeito colateral negativo para seu negócio.

Foto: Raphael GomideAmpliar
Antônia aproveita a tarde de pouco movimento para fazer uma faxina no bar
“Antes era muito melhor o movimento, até de dia era bom. As pessoas vinham de fora consumir (drogas) e agora não vem mais. Aos sábados eram oito caixas de cerveja, em média; agora é uma ou duas. Para mim, caiu muito, mas acho que vai voltar ao normal. Se Deus quiser, melhora”, disse a comerciante Antônia Martins, 25 anos, sócia do marido no Bar da Bahia em uma travessa da Via Ápia, um dos principais centros comerciais da Rocinha.
Evaldo Souza, há cinco anos no Boteco Betânia, na mesma viela, corrobora o que disse Antônia. Segundo ele, os melhores dias de venda eram as noites de bailes, promovidos pelos traficantes da favela. Nessas ocasiões, o bar funcionava de 15h à  5h, 6h do dia seguinte, e eram vendidas até 12 caixas de cerveja na noite. Nas últimas semanas, ele deu por falta de um grupo de visitantes da favela Rio das Pedras e outro do Centro do Rio, que antes estavam toda semana na Rocinha.




Comissão de Ética da Presidência pede exoneração de Lupi

Ele é o único ministro a receber esse pedido, em toda a história da comissão. Pior: é a segunda vez que o Planalto recebe a recomendação de demiti-lo

Luciana Marques - Veja  30/11/2011



O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participa de audiência na Câmara em 10 de novembro
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participa de audiência na Câmara em 10 de novembro (Lula Marques/Folhapress)
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira, encaminhar à presidente Dilma Rousseff um pedido de exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. De acordo com o presidente do grupo, Sepúlveda Pertence, a defesa apresentada pelo ministro sobre irregularidades em convênios na pasta não foi convincente.
“As explicações não foram satisfatórias ao juízo da comissão”, disse Pertence. “Houve uma resposta inconveniente para um ministro de estado”. Pertence disse que o documento com o pedido de demissão já foi encaminhado à Presidência e a palavra final é de Dilma Rousseff. A comissão também aplicou uma advertência ética ao ministro.
Lupi é o único ministro da história da Comissão de Ética Pública da Presidência que sofreu esse tipo de pedido. Pior: é a segunda vez que o Planalto recebe a recomendação de demiti-lo. Em 2007, ainda no governo Lula, a comissão avaliou que Lupi deveria ser exonerado por acumular o cargo de presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o de ministro. Na ocasião, Lupi teve que decidir entre a presidência da legenda e o ministério, e preferiu continuar ministro. 
A decisão da comissão se baseou no Decreto 6029/2007, que trata da apuração de prática de ato em desrespeito ao Código de Conduta da Alta Administração Federal e ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O texto diz que, se o órgão concluir pela existência de falta de ética, poderá haver "encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso".
Por meio de sua assessoria, Lupi informou que não se manifestará sobre o assunto enquanto não souber o teor da decisão











Adriano Reis sai de cena

Esta semana saiu de cena um dos grandes artistas do cinema  e da Tv brasileira, o ator Adriano Reis.  O ator, que tinha mais de 50 anos de carreira, faleceu no dia 20, no Hospital Copa D'Or, na zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internado tratando e um câncer no fígado e no peritônio. Adriano foi se juntar a constelação de artista que, assim como ele contribuíram para a história de nossa cultura, antes de saírem de cena.



Deputado Jean Wyllys questiona projeto que dá poderes a entidades religiosas
Em entrevista ao Jornal do Brasil, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) criticou duramente o Projeto de Emenda Constitucional 0099/11, que dá às Associações Religiosas o poder de propor ações de inconstitucionalidade e ações declaratórias de constitucionalidade de leis ou atos normativos. Se aprovado, os grupos religiosos poderão questionar leis favoráveis ao movimento LGBT, argumenta Wyllys. 
"Não bastasse a imunidade tributária concedida às associações religiosas cristãs, estas querem, com a PEC, interferir no Poder Judiciário. Caso essa PEC vigore, qualquer ato legislativo em favor de LGBTs, de adeptos da umbanda, espiritismo ou ateísmo será contestado", critica o deputado. 
Poder para poucos
Além do presidente, apenas parlamentares, entidades sindicais, a OAB e procuradores da República podem entrar com ações de inconstitucionalidade. Até o momento, o projeto conta com amplo apoio em Brasília e recebeu a assinatura de 186 parlamentares. 




ANP diz que mancha de óleo no RJ caiu de 12 km² para 2 km² em 4 dias
Do G1 RJ

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou, na terça-feira (22), que a mancha do óleo que vazou do Campo do Frade, sob responsabilidade da petroleira americana Chevron, tinha área de 2 km² e extensão de 6 km. Quatro dias antes, na sexta-feira (18), a área da mancha era de 12 km², segundo a ANP.
O acidente aconteceu no dia 7 de novembro, na Bacia de Campos, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Segundo a ANP, a mancha continua se afastando do litoral.
O tamanho da mancha de óleo está sendo acompanhado por sobrevoos realizados por um helicóptero da Marinha, com a ajuda de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ANP também afirmou que, a partir da análise das últimas imagens submarinas captadas pelo ROV (sigla em inglês para “veículo operado remotamente”), a "fonte primária do vazamento está controlada".
Já a Chevron informou, também por meio de nota, que "devido às ações de resposta e às condições do tempo, o tamanho da mancha, nesta terça-feira, é de cerca de dez barris". A Chevron, como a ANP, também afirma que o movimento da mancha “continua sendo na direção sudeste, sem aproximação da costa”.

Ibama multa Cehvron em R$ 50 milhões
Na segunda-feira (21), o Ibama multou em R$ 50 milhões a Chevron pelo vazamento. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a empresa está sujeita a sofrer novas multas.
"O valor da multa é arbitrado na Lei de Crimes Ambientais. Não quer dizer que eu não posso autuar em vários artigos. Pode ter uma [multa] de R$ 50 [milhões], outra de R$ 10 [milhões]. Não posso dizer quantas multas e qual valor. Posso dizer que o Ibama já multou pelo dano, que está caracterizado," explicou a ministra em coletiva nesta tarde em Brasília.
Segundo o secretário de estado do Ambiente do Rio, Carlos Minc, metade do valor da multa deverá ser usada na recomposição dos parques de Jurubatiba, Costa do Sul e Lagoa do Açu, diretamente afetados pelo vazamento.
Minc disse ainda que exigirá uma auditoria internacional de todas as instalações da Chevron e da Transocean no Rio de Janeiro para verificar a capacidade de cumprimento dos planos de emergência. "Mais tarde isso valerá para as demais empresas petrolíferas", disse.
Minc anunciou que ingressará na Justiça com ação civil pública pedindo indenização pelos prejuízos causados à biodiversidade marinha e aos bens costeiros. "Num primeiro olhar pode chegar a R$ 100 milhões", disse Minc.
Na manhã de segunda, Minc afirmou em entrevista à rádio CBN, que está defasada a multa máxima do Ibama para crimes ambientais - fixada em R$ 50 milhões, segundo lei federal - para o vazamento. "Há 12 anos era R$ 50 milhões e hoje R$ 50 milhões representam metade do que deveria ser. Se fosse corrigido já seria algo em torno de R$ 115 milhões”, disse.
O presidente da Chevron Brasil, George Buck, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda, que a empresa está agindo de acordo com a legislação brasileira e dentro das normas do Ibama. A Polícia Federal investiga as denúncias de que a empresa usou a técnica de jateamento de areia para limpar a área onde houve vazamento de óleo






Disque-Denúncia recebe em média uma ligação a cada 15 minutos

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro As comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu tem apoiado  as Polícias Civil e Militar, através do  Disque Denúncia, a encontrar bandidos, depósitos de armas e drogas escondidas na área. A Secretaria informou que do 1º de novembro até as 11h do dia 16 o Disque-Denúncia totalizou 804 ligações especificamente sobre Rocinha e Vidigal, 30 vezes mais do que a quantidade de ligações recebidas no mesmo período em 2010.
Sós nos dois primeiros dias da Operação Choque de Paz (domingo e segunda-feira), o Disque-Denúncia registrou 308 ligações sobre Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu – muito acima da média de 3 a 4 ligações diárias sobre aquelas comunidades.
As ligações para o Disque-Denúncia não são a única forma de a comunidade denunciar os esconderijos dos traficantes. Na manhã  de quarta-feira (16/11), policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) da PM apreenderam mais de 10 kg de maconha na Rocinha, graças a uma carta anônima. A droga foi encontrada no alto do morro, onde também foram apreendidos uma pistola, duas granadas, 360 papelotes de cocaína, dois rojões e três porta-carregadores.


Polícia Civil encontra arsenal enterrado a 2,5 metros abaixo da terra


Os policiais civis da 39ª Delegacia Policial (DP), com apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD), descobriram um verdadeiro arsenal embalado e escondido em uma cisterna cimentada a 2,5 metros abaixo da terra.
O arsenal foi encontrado na localidade de Vila Verde, atrás do Ciep da Rocinha. Os policiais precisaram pedir apoio à Secretaria Municipal de Obras, que enviou 8 operários com britadeiras para o local. Foram necessárias mais de 4 horas de escavação até chegar às armas, porque havia uma camada de 1 metro de concreto que teve que ser rompida com as britadeiras.
Dentro da cisterna, os policiais encontraram:
·       14 granadas.
·       4 fuzis.
·       1 luneta com mira telescópica para fuzil.
·       5 pistolas.
·       1 faca.
·       Cerca de mil munições.
·       3 anteparos de cerâmica para colete balístico que suporta tiro de fuzis.
·       42 carregadores.
·       9 rádios transmissores.
·       32 carregadores de fuzis.
·       11 carregadores de pistolas.
·       5 coletes balísticos.
·       5 toucas Ninja.
·       3 joelheiras.
·       Cocaína a granel (quantidade ainda a ser pesada).




Bope vai permanecer por 60 dias na Rocinha até chegada da UPP


O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vai permanecer na comunidade da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, pelos próximos 60 dias, até a instalação da 19ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A informação foi dada pelo sargento Marco Antonio Gripp, porta-voz da corporação.

Até a inauguração da nova UPP, que ainda não tem data oficial definida, o Bope fará uma extensa varredura a procura de drogas, armas e de criminosos que estejam escondidos na comunidade, que sofreu por quase 40 anos sob o domínio do tráfego de drogas. 

Foto:Paulo Araújo/ Agência o Dia

A expectativa da cúpula da segurança do Rio é ainda mais ambiciosa: mesmo diante do desafio de sustentar o plano de expansão das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em meio às dificuldades para recrutar novos policiais, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que a multiplicação das UPPs segue "um passo sólido" e a meta de instalar 40 delas até a Copa está garantida - o cronograma, porém, ainda não foi definido.
(fonte: Portal R7)